tag:blogger.com,1999:blog-3232036297601456202024-03-08T14:59:46.921-08:00Marcus Di Philippi - Poesias TristesPoesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.comBlogger59125tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-38152731606202509972007-11-15T05:15:00.000-08:002007-11-15T05:16:02.420-08:00MUTAÇÃO<span style="font-weight: bold;">Mutação</span><br /><br />Neste dia que passou<br />Quanta coisa eu esqueci.<br />Nada sei, pouco restou,<br />E sem ter-me agora sou<br />Tudo aquilo que perdi.<br /><br />Nada importa, já nem sei,<br />O que fui e o que mudou<br />Pois sem ser não saberei<br />Quanto eu era e o que serei<br />Deste eu que lá ficou.<br /><br />E tudo rima sem saber<br />Quanto dói o ser assim...<br />E que faz na métrica haver<br />Tanta dor em escrever<br />Este verso que há em mim.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-26386365679371614242007-11-15T05:14:00.000-08:002007-11-15T05:15:13.607-08:00O BOM APRENDIZ<span style="font-weight: bold;">O Bom Aprendiz</span><br /><br />Olha! Se um dia á beira do caminho,<br />A tristeza encontrares onde segues...<br />E se tudo te ferir como um espinho<br />Rogo-te que voltes a seguir sozinho,<br />E como começou, não a carregues.<br /><br />E se ainda nos desvios da jornada,<br />O sentido e o princípio esqueceres...<br />Lembra-te somente desta estrada<br />Pois ela é tua, e só fora encomendada,<br />Na iminência de um dia te perderes.<br /><br />Cuidas então que ela será teu guia,<br />Abrace-a com a doçura de teus pés...<br />Se ouvires o que ela diz com alegria<br />Haverás de perceber, então, um dia,<br />Foi ela quem formou o que tu és.<br /><br /><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >Marcus Di Philippi</span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-44070523951896030262007-11-15T05:13:00.000-08:002007-11-15T05:14:21.702-08:00ORVALHO<span style="font-weight: bold;">Orvalho</span><br /><br />Era uma noite sem véu<br />Era um céu sem estrelas,<br />Você tirou meu chapéu,<br />E pondo estrelas no céu,<br />Pediu-me pra acendê-las.<br /><br />Era uma tarde tão fria<br />Era um sol apagado...<br />Tristezas e nostalgia<br />Histórias de fim de dia<br />E teu chapéu estrelado.<br /><br />Era um vento zunindo<br />Nos teus cabelos de lã...<br />Era o sol se repetindo,<br />No orvalho doce caindo<br />As lágrimas da manhã.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-20136721470131976662007-11-15T05:12:00.000-08:002007-11-15T05:13:33.996-08:00...NOITE IDA<span style="font-weight: bold;">...noite ida<br /><br /></span>Esta noite deixou-me<br />Só um sonho, apenas,<br />Um sonho sem nome<br />E de coisas pequenas<br /><br />Entretanto ele tinha<br />Um segredo a mais<br />E a noite sozinha<br />Sonhou-nos iguais.<br /><br />E se tudo não fosse<br />Esse sonho nem sei<br />A noite só o trouxe<br />Porque eu acordei.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-63790707325142696452007-11-15T05:11:00.000-08:002007-11-15T05:12:14.878-08:00A BUSCA<span style="font-weight: bold;">A Busca</span><br /><br />Ouço!... E no sentido<br />Daquilo que eu sou<br />Há um algo perdido,<br />Como som esquecido,<br />Que ninguém cantou.<br /><br />E porque se perdeu<br />Este canto que ouvi?<br />Se ele sempre foi eu<br />E ninguém esqueceu<br />Como foi que perdi?<br /><br />E se o soube jamais<br />Como posso lembrar...<br />Um navio sem cais,<br />De ouvir-me demais,<br />Não me pude cantar<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-1668187703113980962007-11-15T05:10:00.000-08:002007-11-15T05:11:07.982-08:00EXISTENCIALISMO BANAL<span style="font-weight: bold;">Existencialismo Banal</span><br /><br />Algo em mim dói, apenas dói<br />Não sei o quê apenas sinto<br />Tão infinito, flui, corrói<br />e lentamente mata, destroi<br />A sentinela em meu instinto.<br /><br />É algo que dói assim somente<br />Não por doer ou existir...<br />Mas toda dor é ser ausente<br />Estar em todo o não presente<br />Jamais ficar, nunca partir.<br /><br />Algo me dói, ai como cansa<br />A repetição desse doer...<br />E nenhum tino de eesperança<br />FAz essa dor tornar-se mansa<br />Para quem sabe me esquecer.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-41091807169072809542007-11-15T05:09:00.000-08:002007-11-15T05:16:49.989-08:00NATHALIA<span style="font-weight: bold;">Nathalia</span><br /><br />Faz um verso colorido,<br />Pra dizer o que tu és...<br />- Vou dizer no teu ouvido<br />num batuque, num batido<br />Uma dança nos teus pés.<br /><br />Faz um verso assanhado,<br />Pra que eu saiba de você...<br />- Mas é verso ou é pecado,<br />O batuque batucado,<br />Que de mim queres saber?<br /><br />Faz um verso comovente<br />E pra mim diga depois...<br />- O amor a gente sente,<br />tanto faz não ser a gente<br />Mas que seja só nos dois<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-73877752503928535182007-11-15T05:08:00.000-08:002007-11-15T05:09:22.022-08:00CLAUSULO<span style="font-weight: bold;">Clausulo</span><br /><br />Ai a cala a tua boca pensamento errante,<br />Que nasceu um dia, nas ondas do mar.<br />Cala-te é a hora, é o minuto, o instante,<br />Em que tudo se cala. Emudecido, hesitante<br />Todo o mundo pára para até de sonhar.<br /><br />Ai cala a tua boca pensamento arrogante,<br />Que nasceu nas auroras e no frio do ar...<br />Cala que todos se foram, seguiram avante,<br />Me ficastes só tu, o audacioso gigante,<br />Perdido nos sonhos e nas ânsias de amar<br /><br />Ai cala-te logo, bruto, rude, extravagante,<br />Pensamento débil... Eu me nego a pensar...<br />A visão se me foi, e eu respiro ofegante,<br />Todo o sol de perdeu, vaga alheio e distante,<br />Tudo inspira medo e o maior medo é ficar.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-50167525645412781912007-11-15T05:07:00.000-08:002007-11-15T05:08:17.220-08:00THE CHILDREN<span style="font-weight: bold;">The Children</span><br /><br />I<br /><br />Hoje sou dias distantes<br />Esquecidos sem querer...<br />E a criança que fui antes<br />Fez castelos, naus errantes,<br />Pra eu nunca me perder.<br /><br />Eram sonhos e os vivi<br />Tão alheio à semelhança...<br />Mas, um dia, então cresci,<br />De repente e me esqueci,<br />Dos castelos, da criança.<br /><br />Mas ainda um segredo<br />É lembrança viva em mim...<br />Fui criança e fui brinquedo<br />De mim mesmo, de meu medo,<br />De crescer e ser assim.<br /><br />II<br /><br />Tudo sempre é como o antes,<br />Flui e reflui - nunca mudou -<br />Só meus sonhos tão distantes,<br />De castelos e gigantes,<br />Ainda vibram no que sou.<br /><br />E num sentido sem igual,<br />Essa história lida em mim,<br />Nunca é boa, nunca é mal,<br />É simplesmente e, afinal,<br />O modo como a leio enfim.<br /><br />E se se perde novamente,<br />Eu já não sou o que vivi...<br />Foi só um gesto, de repente,<br />Uma palavra, e eu, somente,<br />Nem sei porquê, a escrevi.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-77820799119972559402007-11-15T05:01:00.000-08:002007-11-15T05:06:58.226-08:00POESIAS DA SOLIDÃO<span style="font-weight: bold;">Poesias da Solidão</span><br /><br />I<br /><br />Tenho procurado em alguma distância,<br />Algum indício da criança que fui...<br />Dias perdidos em sofrimento e ânsia,<br />A criança que fui morreu na infância<br />Dessa distância que não se conclui.<br /><br />E se tento achá-la em tudo, se insisto,<br />Bem ao longe ouço um choro infantil...<br />Lágrimas nos olhos, então não resisto,<br />A criança ainda vive, mas eu onde existo,<br />Se esta tola infância nunca existiu.<br /><br />Devo esquecer-me de tudo...Mas enfim<br />No que deverei esquecer-me afinal?<br />Se uma lágrima qualquer na noite sem fim<br />Acordou a criança que não tive em mim<br />Buscando a infância que não teve igual.<br /><br />II<br /><br />Ás vezes creio que não sou quem penso,<br />Sequer as coisas que escreva ou sinta...<br />Mas um mar estranho pequeno e imenso<br />Que em suas águas, ora calmo, ora tenso,<br />Carrega os sonhos de uma raça extinta.<br /><br />E onde às vezes um barco navega à calma<br />De todas as tardes que habitam o mundo...<br />E a dor que o tange, refreia e espalma,<br />É a mesma que há no fundo da alma,<br />Essa alma que há em todo mar profundo.<br /><br />Mas não sei qual o elo existe entre nós<br />Que estranha lembrança tornou-o assim<br />Eu só sei que este mar é um lobo feroz<br />E uivando nas noites confuso e a sós<br />Talvez pra esquecer-se procure por mim.<br /><br /><br />III<br /><br />O Inverno não chega, em meu quarto a sós,<br />Passo um inverno inexistente e sem fim...<br />As folhas caem lá fora, num pranto algoz,<br />Sinto sons nessas folhas caindo sem voz,<br />A voz com que calo tanta coisa em mim.<br /><br />Choverá por esses dias num pranto sem sentido.<br />Como sinto chover uma chuva que não cai?<br />Choverá? Sei lá eu já há tanto tem chovido,<br />Que a chuva que penso não é chuva é um ruído,<br />E vem do silêncio da lembrança de meu pai.<br /><br />Há sons... Não há sons, um vazio me invade,<br />Faz um frio imaginário... não sei se minto<br />O que sei é que estou só e a as luzes da cidade<br />Fingem também sentir essa estranha saudade,<br />Da provável lembrança que não sei e sinto.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-61337959050208142882007-11-15T04:44:00.000-08:002007-11-15T04:45:20.634-08:00DESVAIRIO<span style="font-weight: bold;">Desvairio</span><br /><br />Em minha cabeça rodopia<br />Uma certeza incerta,<br />É o fruto da nostalgia,<br />De algo que distancia<br />O não saber e a descobeta.<br /><br />O que não tive foi deixado<br />No lugar que não suponho<br />E o que sonhei foi trocado<br />Por algo nunca sonhado<br />Que nem sequer era sonho.<br /><br />Então não sei o que tive<br />Neste estranho desvairio<br />Se em mim já nada vive<br />Se nenhum sonho mantive<br />Porque este rodopio?<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-79211310629659788102007-11-15T04:43:00.000-08:002007-11-15T04:44:26.449-08:00DE MEU PAI<span style="font-weight: bold;">De meu pai</span><br /><br />Daquilo que dirás ou não<br />Não te importes em dizê-lo,<br />Tuas palavras se perderão<br />Ou apenas se estenderao<br />como um fio de novelo.<br /><br />E assim tu serás somente<br />A presa do que disseste...<br />O que se diz, de repente,<br />Germina e rapidamente,<br />Transforma o fio em veste.<br /><br />Ora pois se não quiseres<br />Viver num fio emaranhado..<br />Abstenha-te se puderes<br />Pouco diga ou se preferes,<br />Melhor que ouças calado.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-58957454440301825592007-11-15T04:42:00.002-08:002007-11-15T04:43:33.695-08:00RUMO INCERTO<span style="font-weight: bold;">Rumo incerto</span><br /><br />Como uma brasa sufocada<br />Eu preciso de ar para viver...<br />Não de um ar que a invada<br />Mas deste que a chama apagada<br />Busca em si reascender.<br /><br />Contrário ao fogo ardente<br />Que queima a carne consumida,<br />Busco o amor incandescente<br />Tão vibrante, tão diferente<br />Única razão de minha vida.<br /><br />Embora tudo pareça contrário<br />Nste universo tão sozinho...<br />Sei que é apenas necessário<br />Não ser sozinho nem solitário<br />Na solidão deste caminho.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-20307661578895954362007-11-15T04:42:00.001-08:002007-11-15T04:42:50.126-08:00APRENDIZADO<span style="font-weight: bold;">Aprendizado</span><br /><br />A lágrima é como um martelo<br />Golpeando uma bigorna,<br />Diz tudo que não revelo,<br />Extrai de mim o mais belo,<br />O que não sou ela me torna.<br /><br />É um fio de água atrevido<br />Escapado de seu leito.<br />Adorna o rosto comovido,<br />Entalha o embrutecido,<br />Moldando-o a seu jeito<br /><br />E, como um ferro surrado<br />E desfigurado por ela,<br />Apenas quem tem chorado<br />Quem teve o rosto molhado<br />É grato a quem o martela.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-65390808347232339432007-11-15T04:41:00.000-08:002007-11-15T04:42:06.655-08:00DESERTO<span style="font-weight: bold;">Deserto</span><br /><br />Tenho sede como um beduíno,<br />Indo a esmo pelo deserto,<br />Debaixo de um sol a pino,<br />Cansado como um peregrino<br />E nenhum poço por perto.<br /><br />Não busco água nem é sede<br />Que se aquiete ao beber...<br />Busco o que busco e, vede,<br />Dentro de mim uma parede<br />Que não se pode remover.<br /><br />E esta sede inconformada<br />Beberá tudo que sou...<br />Sem deserto e sem jornada,<br />Serei como água parada<br />Que o beduíno abandonou.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-53113715587736145482007-11-15T04:40:00.000-08:002007-11-15T04:41:14.950-08:00BALLET<span style="font-weight: bold;">Ballet</span><br /><br />A dança tão leve na sala<br />Busca o olhar da criança<br />A criança tenta imitá-la<br />E torna a si uma dança.<br /><br />A música é um doce não ser<br />A criança é só um olhar<br />É uma que finge saber<br />Que a outra sabe dançar.<br /><br />O ritmo suave que imita<br />Um estranho não sei o quê<br />Numa distância infinita<br />Entre a criança e você.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-49928999681920922112007-11-15T04:39:00.000-08:002007-11-15T04:40:33.968-08:00DE UM LAGO<span style="font-weight: bold;">De um lago</span><br /><br />I<br /><br />O lago sorri à distância<br />Pra eu apenas sentir,<br />A minha eterna constância<br />De quase nunca sorrir..<br /><br />É uma angústia que trago<br />Numa ilusão que persigo<br />O galho morto no lago,<br />E o lago morto comigo.<br /><br />O galho é só a lembrança<br />Tristeza que o lago tem...<br />Eu já não sou esperança,<br />Nunca fui sombra à niguem.<br /><br />II<br /><br />A pedra que afunda no lago<br />é de certo mais profunda<br />Que o geometrismo vago<br />Do lago onde ela afunda<br /><br />E saberá certamente mais<br />Que o lago onde é afundada<br />Pois ambos só são iguais<br />No porquê de ser jogada.<br /><br />E se o lago não perceber<br />A pedra que nele habita<br />Sera lago sem saber<br />Que ele apenas a imita.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-19935606838915881802007-11-15T04:38:00.000-08:002007-11-15T04:39:04.791-08:00ALEGORIA<span style="font-weight: bold;">Alegoria</span><br /><br />O sol frio, desesperador,<br />Das manhâs de inverno,<br />Desperta em mim a dor,<br />A dor de não ser eterno.<br /><br />E a eternidade faz doer<br />Sem nenhuma compaixão,<br />Não pela busca do saber<br />Mas de viver sem razão.<br /><br />E nessa inútil alegoria<br />Das manhãs que nunca vêem,<br />Uma existência mais fria<br />Que o inverno que elas tem.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-36881876268272480672007-11-15T04:37:00.002-08:002007-11-15T04:38:30.268-08:00EM TARDE SER<span style="font-weight: bold;">Em Tarde Ser</span><br /><br />O que tenho é emprestado<br />Eu nada tenho de meu<br />De meu é só um estado<br />Do homem que não sou eu<br /><br />E se ao enterder-me falhe<br />O pouco que de mim sei<br />Me perderei num detalhe<br />Das partes que me tornei<br /><br />E se tudo é vago, difuso<br />Em não saber o que sou<br />Devolvo ao traje que uso<br />A vida que me emprestou<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-50926520446176591222007-11-15T04:37:00.001-08:002007-11-15T04:37:30.726-08:00TANGÊNCIA<span style="font-weight: bold;">Tangência</span><br /><br />Entre o nascer e a morte<br />A minha vida é um lenho,<br />Guiado ao rumo da sorte<br />Do mar bravio que tenho.<br /><br />O lenho é só a vontade<br />De coisa não alcançada,<br />A inalcançável verdade<br />Dentro de mim formulada.<br /><br />E tudo é só um momento<br />Rapidamente se esquece,<br />No lenho do esquecimento<br />Quando em mim anoitece.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-5445305343508587502007-11-15T04:35:00.001-08:002007-11-15T04:35:32.929-08:00ABANDONO<span style="font-weight: bold;">Abandono</span><br /><br />Minha mente está tão longe.<br />É distante o que sou dela.<br />Ela me vê como um monge,<br />E eu a tornei minha cela.<br /><br />E, como criança assustada,<br />Tão tristemente sozinha,<br />Assim perdeu-se a coitada,<br />Sequer percebe que é minha.<br /><br />E os dias se passam assim,<br />Como se eu fosse ninguém,<br />Pois ela não sabe de mim,<br />E eu fui ser outro alguém.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-47650787158857212812007-11-15T04:34:00.002-08:002007-11-15T04:35:00.023-08:00CONJECTURAS<span style="font-weight: bold;">Conjecturas</span><br /><br />O que diz a minha boca<br />Não é aquilo que penso,<br />Toda palavra é pouca<br />E não dizê-la é imenso.<br /><br />E se minha boca não diz<br />Aquilo que eu imagino,<br />Ela apenas se contradiz<br />E eu não a determino.<br /><br />Assim eu apenas me calo<br />Onde só posso sentir,<br />Direi sem pronunciá-lo<br />E me escutarás sem ouvir.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-44168967262298003782007-11-15T04:34:00.001-08:002007-11-15T04:50:28.155-08:00OBLÍQUO<span style="font-weight: bold;">Oblíquo</span><br /><br />O vento na tarde sussurra,<br />Na brisa morna e mansa,<br />Que meu coração me empurra<br />Pra onde ele não alcança.<br /><br />E, como a tarde, ele sente,<br />No vento que se perdeu,<br />Minha presença ausente<br />Na brisa que não sou eu.<br /><br />E numa alegoria esparsa<br />De coisas que não serão,<br />O meu coração se disfarça<br />Em não ser meu coração.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-79703670840516816152007-11-15T04:33:00.001-08:002007-11-15T04:33:50.955-08:00ESTIAGEM<span style="font-weight: bold;">Estiagem</span><br /><br />A tempestade quando parou<br />Deixou na terra uma mágoa,<br />É uma marca que ficou<br />Ali, Presa na poça d'água.<br /><br />E a gente não adivinha<br />Olhando a água tão turva,<br />Que a dor de ser sozinha<br />Ficou na poça sem chuva.<br /><br />E é uma angústia exiliada<br />Que faz tudo se comover,<br />A poça, filha da enxurrada,<br />Só vê a mãe quando chover.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-323203629760145620.post-30540167861710953642007-11-15T04:32:00.000-08:002007-11-15T04:33:13.604-08:00SÓ<span style="font-weight: bold;">Só</span><br /><br />No silêncio de mim escuto,<br />Uma agonia principiada,<br />Vestida de um medo bruto<br />Que a torna apenas calada.<br /><br />Lateja como se as veias<br />Que fazem meu corpo rio,<br />Estivessem plenas e cheias<br />De algo apenas vazio.<br /><br />Nada se diz mas eu penso<br />Em tudo que não é dito,<br />Que o medo rude e intenso<br />Tornou meu silêncio um grito.<br /><br /><span style="font-size:85%;"><span style="font-style: italic;">Marcus Di Philippi</span></span>Poesias Tristeshttp://www.blogger.com/profile/15053676264568297375noreply@blogger.com0